Santander: além do coronavírus, assédio moral também adoece e mata!

Além do coronavírus, bancários do Santander lotados na zona norte têm convivido no dia a dia do trabalho com uma outra tragédia que também adoece e mata: o assédio moral. Nas últimas semanas, o Sindicato tem recebido uma série de denúncias de trabalhadores do banco de cobranças abusivas, ameaças e humilhações diárias por parte do Regional. A entidade já procurou a Direção da Regional para conversar, mas a prática abusiva só aumenta. Esta semana o Sindicato fez colagens em agências da região de material contra esse tipo de prática nefasta, e tem divulgado seus canais de denúncias para os bancários.


Diferentemente do coronavírus, cujo contágio pode ser evitado com luva, máscara e álcool em gel, entre outros, não há proteção contra o assédio moral, que age sutilmente, deixando as vítimas angustiadas, desgostosas, com sentimento de incapacidade e transtornos psicológicos.

"Nas reuniões e nos comunicados em público, (o assédio moral) é sutil, mas no particular é desrespeitoso. Tudo o que entrego não está bom, sempre somos humilhados nas cobranças e com ar de deboche e grande descaso. Isso tem deixado todos doentes, nos matando aos poucos. Nunca vivenciamos isso antes aqui na Regional Norte", relata um trabalhador do Santander.
O dirigente sindical André Bezerra, bancário do Santander, lembra que a categoria bancária é uma das que mais adoece no país. Para ele, em momentos como este de pandemia, a direção do Santander, mais do que nunca, deveria zelar pela integridade física e psicológica de seus trabalhadores.

“Desde janeiro de 2019 tenho acompanhado de perto meus colegas das agências do Santander da Regional Norte, e é angustiante a forma que eles me relatam como são tratados dentro de uma instituição que deveria zelar pelo bem estar emocional de seus colaboradores, principalmente na atual situação que estamos vivendo. Ver meus colegas à base de remédios e querendo desistir de suas careiras, devido ao vírus que os assola todos os dias chamado assédio moral, sendo vítimas de verdadeiras sessões de tortura psicológica por parte do Regional, é muito triste", desabafa o dirigente.

“É preciso que o Santander dê um basta nessa tragédia enfrentada por estes trabalhadores que, neste caso, não têm condições de adotar um EPI para proteger sua saúde”, acrescenta Bezerra, lembrando que os bancários que estiverem passando por esta situação podem procurar o Sindicato.