Contraf-CUT cobra o fim dos abusos da Caixa no processo de reestruturação

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) cobrou da Caixa, na última sexta-feira (28), a suspensão da reestruturação promovida pelo banco que afeta mais de mil bancários de áreas meio em todo o país. A medida foi tomada unilateralmente, sem negociação com o movimento sindical, o que fere cláusula do Acordo Coletivo de Trabalho.

A Caixa alega que não está descumprindo o ACT, porque não considera uma reestruturação. “Na verdade, não é uma reestruturação. É pior. É uma desestruturação do banco público, pois a direção está esvaziando áreas estratégicas que envolvem conhecimento, e não está suprindo a falta de empregados das agências”, afirma Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa).

Os representantes dos empregados propuseram que antes de promover um processo arbitrário de reestruturação, a Caixa abra a possibilidade de os trabalhadores, de forma voluntária, se transferirem para as agências. A Caixa respondeu que tomará essa medida em uma eventual nova reestruturação.

A Caixa não se dispôs a resolver de forma geral os problemas e nem a suspender a reestruturação, e se dispôs a ver de forma pontual os descomissionamentos. Por isso, a confederação orienta os empregados da Caixa de todo o Brasil a procurarem seus sindicatos para denunciar possíveis abusos durante o processo de desestruturação do banco.

Desrespeito continua
O desrespeito da Caixa com os empregados ficou ainda mais claro nesta segunda-feira (1). O banco não enviou nenhum representante para a mediação com o Ministério Público do Trabalho que busca a suspenção da reestruturação.

“Estamos trabalhando em todas as frentes possíveis para minimizar todo esse ataque feito contra a própria Caixa, na sua desestruturação, e contra os empregados. Buscamos o MPT na tentativa de avançarmos nas negociações e solucionarmos os problemas. Queremos transparência e respeito com os empregados, são vidas sendo alteradas de forma drástica e com prejuízos emocionais e até financeiros. E a Caixa, ao invés de comparecer à audiência, pede para ser adiada”, declarou Fabiana Uehara Proshcholdt, secretária de Cultura da Contraf-CUT e representante da Confederação nas negociações com o banco.

Uma nova audiência foi marcada para o dia 8 de julho.