Nova diretoria da Previ toma posse

A nova diretoria da Previ, eleita com 58,14%, tomou posse na quarta-feira 2, em cerimônia realizada de forma virtual e transmitida pela internet. Os integrantes da chapa 1, vencedora no pleito virtual que ocorreu entre 13 e 27 de julho, reafirmaram o compromisso com o fortalecimento do fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, e de resistência aos ataques do atual governo federal.

“O momento é de tentativas do governo de ampliar a retirada de direitos dos trabalhadores, que vem ocorrendo, como na Previdência Social, nas questões trabalhistas, na intenção de privatização de empresas públicas. Na Previ também há tentativas claras de prejudicar os associados, como no caso do projeto de lei PLP 268 que impediria aos funcionários elegerem representantes para diretorias, entregando ao governo em conluio com o mercado a maior parte da gestão administrativa”, destaca o representante eleito do ao Conselho Deliberativo, Ernesto Izumi, dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Ernesto elenca outras tentativas do governo Bolsonaro para enfraquecer a representação dos trabalhadores na previdência complementar: “O governo tenta por normas infralegais realizar mudanças na lei complementar 108 sobre a previdência complementar, com a mesma intenção de ganhar poder de mando nos fundos de previdência e assim excluir os associados de grandes decisões. E estão fazendo na calada, os grandes veículos de comunicação não divulgam, pois há interesse dos bancos nessas medidas. Por exemplo, fala-se em flexibilizar, na verdade facilitar a privatização de empresas estatais através de uma nova emenda à Constituição. Fala-se também em permitir a demissão de funcionários do BB por ato de gestão no STF, como ocorria no segundo governo de FHC.”

É contra todos esses ataques, segundo o dirigente, que a nova diretoria vai lutar. “Os associados ao Sindicato podem ter certeza, nossa entidade vai lutar, agregar apoios, buscar parlamentares, articular com outros setores da sociedade para que essas medidas não sejam aprovadas pelo governo, que adotou a mesma política para o meio ambiente, de passar a boiada. Aos colegas do banco, que inadvertidamente escolheram e votaram nesse governo, espero que todos nos unamos para defender a Previ, a Cassi, o Economus e os direitos, pois a única alternativa ao trabalhador é unidade em suas entidades representativas”, reforça Ernesto.

Diretor de Seguridade eleito, Wagner Nascimento, aponta como grandes desafios: a proteção do modelo de governança da Previ, com paridade de gestão, e a melhoria no relacionamento com os associados, usando as novas ferramentas de comunicação. “Temos por compromisso sempre buscar a melhoria nos planos de benefícios e temos dois novos regulamentos em andamento nos órgão reguladores e no banco. No caso do Regulamento do Previ Futuro, esperamos que o banco libere a análise em breve para implantamos o resgate da parte patronal. Iniciaremos um mandato com a mesma lógica de mandato coletivo, bastante integrado com os sindicatos e demais entidades representativas do funcionalismo do BB”.

O dirigente sindical Getúlio Maciel, também funcionário do BB, ressalta que a posse da chapa 1 é positiva para a preservação da Previ. “A escolha dessa diretoria é fruto de um processo democrático, no qual os associados da Previ demonstraram que querem que seus representantes façam contraponto com os desmontes de um governo que quer privatizar o BB, o que terá reflexos na Previ. Temos total confiança nos eleitos para assegurar os trabalhadores e manter a Previ”, diz.


A Previ é o maior fundo de pensão da América Latina e uma história de sucesso dos funcionários do Banco do Brasil. Graças principalmente ao modelo de governança, onde os associados têm participação fundamental na fiscalização e na gestão, ele se tornou modelo para o sistema de previdência complementar no país.