Audiência pública debaterá assédio sexual na Caixa

A Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP) da Câmara dos Deputados realizará audiência pública, nesta quinta-feira (18), a partir das 14h30, para debater o assédio sexual no mundo do trabalho, com destaque para os casos envolvendo o ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães. A iniciativa da audiência foi da deputada federal Erika Kokay (PT-DF). Prevista para acontecer no Plenário 12, Anexo II, da Câmara Federal, também poderá ser acompanhada ao vivo pela internet.

“Precisamos aprofundar o debate sobre assédio sexual no mundo do trabalho e a importância de se denunciar toda prática delituosa. Não podemos admitir que nenhum superior hierárquico se aproveite do cargo de poder que ocupa para assediar sexual e moralmente as mulheres, pois os corpos das mulheres não são propriedade de seus chefes”, afirmou a deputada Erika Kokay.

Rogério Bimbi, presidente do Conselho de Administração da Caixa, está convidado para debater o tema. Será a primeira vez que Bimbi falará sobre o assunto desde quando os casos envolvendo Pedro Guimarães vieram à tona.

Outra convidada para a audiência é a representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Rita Serrano, que lembrou, em texto publicado em seu site, que “casos como este não são exclusividade da instituição, ocorrem em diversos outros locais de trabalho, como por exemplo as queixas que se tornaram públicas nesta semana contra o juiz do trabalho e professor Marcos Scalercio”. Existem mais de 30 relatos contra o magistrado. Uma das vítimas o acusa de estupro.

A Secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Fernanda Lopes, que representará a entidade na audiência, reforça a posição de Rita Serrano. “O caso envolvendo Pedro Guimarães é grave e precisa ser investigado com seriedade e, sendo comprovadas as acusações, a punição deve ser exemplar”, disse. “Mas, sabemos que, infelizmente, casos como estes acontecem em outras instituições e devem receber o mesmo tratamento”, completou, ressaltando que a audiência é importante para não deixar os casos caírem no esquecimento e para contribuir com a reflexão sobre o tema.