Call Center: Santander protela e não negocia

O Santander foi para a reunião com a COE (Comissão de Organização dos Empregados), realizada nesta segunda-feira 9, sem levar dados para esclarecer o processo de terceirização do call center, em curso e que já afeta São Paulo e Rio de Janeiro. Após o movimento sindical solicitar a reunião por meses, e a mesma ter sido remarcada pelo banco por duas vezes, os representantes do Santander alegaram que o projeto não está inteiramente desenhado e tão pouco sabem em quanto tempo será implementado. 

“O projeto já está em curso. Já afeta trabalhadores de São Paulo e Rio de Janeiro, que não sabem até quando terão emprego. A operação terceirizada no Rio Grande do Sul, feita pela empresa ToqueFale, que pertence ao grupo Santander, já conta com 200 trabalhadores”, esclarece a diretora do Sindicato e coordenadora da COE, Lucimara Malaquias. 

“Essa omissão do Santander desrespeita o movimento sindical e os bancários do call center, que estão na linha de frente do atendimento, e agora inseguros em relação aos seus empregos, sem condições de fazer qualquer planejamento da sua vida pessoal. O Santander não é uma pequena empresa, um comércio de esquina. Nenhuma empresa do porte do Santander - com mais de 45 mil trabalhadores e lucro de quase R$ 10 bilhões em nove meses - realiza um processo de terceirização como esse sem planejamento. A nossa avaliação é de que o banco não se interessa em compartilhar as informações com os trabalhadores. Não quer negociar”, acrescenta. 

De acordo com a diretora do Sindicato, a intenção do banco com a operação iniciada no Rio Grande do Sul é a terceirização definitiva do call center, redução de custo e a demissão de mão de obra. “Em que pese estes trabalhadores, da operação do Rio Grande do Sul, serem contratados por uma empresa do grupo Santander, eles terão vínculo com a ToqueFale, sem enquadramento como bancários, com condições de trabalho e direitos muito inferiores aos bancários que hoje atuam no call center em São Paulo e no Rio de Janeiro.”

“Queremos negociar e assegurar os empregos e direitos. É urgente a mobilização dos trabalhadores do call center. Não estão descartados protestos, paralisações no atendimento e outras formas de pressão. Não estamos falando de uma padaria. Estamos falando de um banco, que tem total condição de realizar planejamentos de curto, médio e longo prazo. Omitir as informações sobre este processo é imoral e desumano”, conclui Lucimara.