CCT assinada: bancários tiveram conquistas e direitos preservados até 2024

A categoria bancária tem uma nova Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). O acordo foi assinado nesta sexta-feira 2, pelo Comando Nacional dos Bancários e pela Fenaban (federação dos bancos), após ser aprovado pelos trabalhadores na noite dessa quinta-feira 1º, em assembleias realizadas em todo o país. Na base do Sindicato participaram da assembleia virtual mais de 18 mil bancários de bancos privados e públicos, e 74% deles votaram pela aprovação. Os bancários da Caixa (com 54% de aprovação) e do BB (com 53%) também votaram "sim" nas propostas para a renovação de seus respetivos ACTs.

O acordo aprovado prevê, em 2022: reajuste de 10% nos vales alimentação e refeição; reajuste de 13% na parcela adicional da PLR e de 8% na regra básica; um abono de R$ 1 mil na forma de 14ª cesta alimentação (paga somente este ano e até outubro); e reajuste de 8% nos salários e demais verbas, como auxílio-creche/babá, por exemplo (os 8% correspondem a 91% da inflação, estimada em 8,83% para a data-base dos bancários – o INPC só é divulgado oficialmente na segunda-feira 5).

E para 2023, já está garantida a reposição da inflação mais 0,5% de aumento real nos salários, em todos os valores fixos da PLR, no VA e VR e em todas as demais verbas previstas nas cláusulas econômicas da CCT, como auxílio-creche/babá, gratificações, auxílio home office, etc.

O acordo, já neste ano, aumenta para acima da inflação a remuneração anual de 69% da categoria, portanto, a grande maioria dos trabalhadores bancários.

Categoria de parabéns

“A categoria bancária está de parabéns! Renovamos nossa CCT com vantagens econômicas e com todos os direitos mantidos até 31 de agosto de 2024. Esta CCT não tem nenhum recuo quanto a anterior, pelo contrário: ainda avançamos em questões fundamentais como na regulamentação do teletrabalho, com ajuda de custo de R$ 1.036,80 anuais clausulada na CCT, e no combate ao assédio sexual, também com cláusula que prevê canal específico para denúncias, e ainda na questão das metas e do assédio moral, sendo acertado que o tema será tratado em reuniões específicas”, destaca a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, que representa a categoria nas negociações com a Fenaban.

A dirigente ressalta ainda que não foi uma campanha fácil. “Foram 19 rodadas de negociação com os bancos apresentando propostas muito rebaixadas, e ainda queriam retirar direitos. Propuseram, por exemplo, reduzir do valor da PLR/CCT o que pagam em programas próprios de remuneração variada. Foi assim também nas rodadas específicas da Caixa e do BB. Mas resistimos e nos mobilizamos nas ruas e nas redes sociais e conseguimos arrancar uma proposta positiva. Nossa categoria fecha mais um acordo de dois anos com direitos e avanços.”