Centrais sindicais exigem medidas de proteção aos trabalhadores contra COVID-19

Num momento no qual o mundo está em alerta contra o Coronavírus (COVID-19), a Central Única dos Trabalhadores e demais centrais sindicais se unem para exigir do governo e do Congresso Nacional medidas que protejam os trabalhadores contra a epidemia, uma vez que o presidente Jair Bolsonaro ignora o avanço do vírus, que já matou mais de 6.470 pessoas em 146 países e registrou hoje a primeira morte no Brasil.
Em reunião, realizada na segunda-feira (16), na sede do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em São Paulo, as centrais afirmaram a necessidade de suporte aos trabalhadores neste momento não apenas em relação à prevenção e cuidados com a saúde, mas também que os trabalhadores tenham garantias de manutenção de seus empregos e renda, em caso de ser decretado isolamento total no país.
Para isso, as centrais elaboraram um documento, entregue ao Congresso Nacional nesta terça-feira (17), contendo propostas que orientam trabalhadores e empresas a enfrentarem a pandemia. As propostas incluem estabilidade a todos os trabalhadores e trabalhadoras durante o período da crise, ampliação do seguro-desemprego, suspensão de atividades onde houver confirmação de casos e jornadas alternativas para evitar aglomerações.
As centrais também vão exigir medidas econômicas como a suspensão do pagamento da dívida pública pelo governo Federal, a suspensão da Emenda Constitucional 95, do teto dos gastos públicos, que congelou investimentos em áreas como saúde e educação por 20 anos, para que mais recursos sejam investidos na saúde.
As centrais reivindicam, ainda, a suspensão da Lei de Responsabilidade Fiscal, para dar mais condições para prefeitos e governadores também investirem na luta contra a pandemia.

Mobilizações do dia 18 de março
As mobilizações marcadas para o Dia Nacional em defesa da educação e dos serviços públicos acontecerão de forma diferente desta vez. As centrais orientam que sejam mantidas as greves aprovadas, porém, que não sejam realizadas manifestações com aglomerações de pessoas como forma de evitar a disseminação do vírus.