Coronavírus: Direção da Caixa ignora situação de empregadas com filhos pequenos

Apesar de a direção da Caixa ter oficialmente prorrogado o acordo de home office até o dia 30 de junho, muitas empregadas das áreas-meio foram convocadas para o retornar ao trabalho presencial na segunda-feira 22. Boa parte delas soma-se a colegas das agências que estão com filhos pequenos em casa em razão do fechamento de escolas e creches.

 

O Sindicato tem cobrado, sem sucesso, desde o início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), negociar condições de trabalho para essas trabalhadoras. A direção do banco, entretanto, segue ignorando há mais de três meses discutir medidas para elas, assim como boa parte das reivindicações dos empregados.

 

- A ausência de um protocolo da direção da Caixa para estas e tantas outras demandas dos trabalhadores faz com que cada empregado e cada gestor se vire conforme suas possibilidades – salienta a dirigente sindical Tamara Siqueira, empregada da Caixa.

O Sindicato ouviu várias empregadas nesta situação. A maioria delas é obrigada a deixar o filho na casa de parentes pertencentes a grupos de risco, ou então, quando casal de empregados do banco, revezar nos cuidados dos pequenos, por não ter com quem deixa-los.

“Meu marido também é empregado da Caixa, e estamos revezando, cada semana um fica de home office. Não temos família próxima e se um dos dois não puder mais (home office), não sei como faremos”, relata uma trabalhadora.

“Na semana que tenho de ir à agência, meu filho fica na casa da minha mãe. Ela é de grupo de risco, assim como a minha avó, que já tem 85 anos. Tenho muito medo de pegar o vírus, passar pra ele e contaminá-las, mas não fui liberada pra fazer meu trabalho remotamente, mesmo produzindo muito”, diz uma outra empregada da Caixa.

“Meu marido é médico e trabalha na linha de frente. Cuido de nosso filho e tenho batido metas trabalhando de casa. O que vou fazer se for convocada?”, indaga uma empregada.

“Meu gestor me avisou que acabou o home office. Meu filho vai pra casa da minha mãe, em outra cidade, e ficar lá por 15 dias direto”, conta uma outra trabalhadora.

O Sindicato continua exigindo da direção da Caixa uma solução para essa questão.  “Reivindicamos uma medida que contemple essas empregadas e também empregados nesta situação. Trata-se de questão de saúde pública. O STF reconheceu como acidente de trabalho o bancário que contrair o coronavírus. Nos procure, pois temos negociado caso a caso e iremos responsabilizar a direção e as chefias pela sua omissão”, ressalta Tamara Siqueira.