Direção da Caixa ameaça vidas e direitos em live

Em um momento em que a curva de contaminação e mortes por covid-19 no Brasil não mostra sinais de diminuição, a direção da Caixa reforça que a preocupação com as vidas dos empregados do vale menos do que a rentabilidade do banco. 

Em uma live realizada nesta quarta-feira 16, a vice-presidente de Pessoas, Girlana Granja Peixoto, reforçou que a gestão do banco deixará a cargo das chefias das áreas o retorno presencial ao trabalho. Já o vice-presidente de Rede, Paulo Angelo, estava presente para ressaltar que os empregados devem estar onde são mais rentáveis ao banco, ou em casa ou no teletrabalho.

No dia a dia, a direção da Caixa faz uma cobrança abusiva de metas, o que muitas vezes obriga os empregados a agirem contra os normativos ambíguos do banco e, caso isso resulte em algum problema, os trabalhadores acabam com a culpa.

“Em meio à pandemia, a direção do banco está agindo da mesma forma, mas neste caso a responsabilização será civil e criminal, pois o retorno presencial ao trabalho representa uma ameaça às vidas das pessoas, e tudo indica que mais uma vez a direção da Caixa irá lavar as mãos caso ocorra alguma fatalidade”, alerta Dionísio Reis, diretor executivo do Sindicato e coordenador da Comissão Executiva de Empregados da Caixa (CEE/Caixa). 

Nesta quinta-feira 16, o Sindicato dos Bancários de São Paulo enviou ofício à direção da Caixa cobrando a manutenção do Projeto Remoto. 

Vice-presidente de Pessoas mente e tenta desmobilizar
Na mesma live, a vice-presidente de pessoas tentou desmobilizar a organização dos empregados da Caixa às vésperas da Campanha Nacional 2020, em que os trabalhadores irão lutar pela renovação do Acordo Coletivo de Trabalho.

“A fala da vice-presidente de pessoas tenta desmobilizar os empregados e ataca o movimento sindical em um momento em que mobilizamos milhares de empregados nos congressos estaduais e regionais e saímos do 36º Conecef com unidade nas nossas bandeiras de luta na defesa do nosso Acordo Coletivo de Trabalho”, enfatiza o dirigente.

No 36º Congreso Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef) os trabalhadores alcançaram a unidade nas reivindicações: fim do teto de 6,5% do Saúde Caixa; defesa do modelo atual de custeio do Saúde Caixa; contra qualquer mudança no estatuto democrático e das regras de eleição da Funcef; defesa da vida e das condições de trabalho dos empregados; contra as metas abusivas; contra o desrespeito a vida praticado pela direção da caixa; em defesa da Caixa 100% Pública; em defesa da democracia; e fora, Bolsonaro.

“Girlana mentiu que a implementação do teto de custeio do Saúde Caixa foi feito com anuência do movimento sindical. A direção da Caixa implantou essa mudança de forma unilateral no estatuto, com protesto da nossa representante no Conselho de Administração, e a negociação em 2018 conseguiu protelar para 2021 a implementação que já estava prevista para aquele mesmo ano”, diz Dionísio.

“A unidade dos empregados é contra este teto e contra qualquer implementação da CGPAR 23 que resultará na aniquilação do nosso plano de saúde, além da destruição dos nossos demais direitos e do caráter 100% púbico da Caixa – este por meio da venda do banco aos poucos, e em pedaços. Movimentos que a direção atual do banco, junto com o governo Bolsonaro, pretendem. Por isso a Girlana atacou o movimento sindical e a mobilização dos empregados: para tentar desmobilizar e impedir nossa luta”, afirma Dionísio.

23 de julho: Dia de Luta nas redes sociais 
Em face deste cenário e dos ataques contra a Caixa, dia 23 de julho será realizado um dia de luta. Na data, os empregados deverão usar a hashtag #MexeucomACaixaMexeuComOBrasil nas publicações no Twitter, Facebook, Instagram e demais redes. Utilize o formulário abaixo para se cadastrar e receber informações sobre a mobilização. 

A campanha digital “Mexeu com a Caixa, mexeu com o Brasil tem o objetivo de pressionar a direção do banco e o governo Bolsonaro a respeitar a Caixa e os direitos dos empregados, bem como alertar a sociedade sobre a importância do banco público e os desrespeitos que os seus trabalhadores vêm enfrentando mais acentuadamente desde o golpe de 2016.