Fenaban insiste em retirada de direitos

Na mesa deste sábado 22, os bancos insistiram em retirar direitos dos trabalhadores. A Fenaban (federação dos bancos) fez uma nova proposta rebaixada de PLR, que continua resultando em redução dos valores distribuídos aos bancários (veja mais detalhes abaixo). E manteve a proposta de diminuição da gratificação de função de 55% para 50%. O Sindicato rejeitou a proposta na mesa e reforçou que não aceita retirada de direitos.

“Mais uma vez afirmamos que não vamos aceitar propostas rebaixadas. A categoria quer valorização e não redução de seu poder aquisitivo ou extinção de direitos conquistados em décadas de lutas. Os bancos são o setor mais lucrativo da economia, mesmo na crise e na pandemia. Não têm, portanto, nenhuma justificativa para propor retrocessos. E os trabalhadores estão revoltados com isso e já começam a se mobilizar: hoje os bancários fizeram carreata em São Paulo e em vários outros estados (veja fotos no Twitter), para manifestar sua insatisfação com o que está sendo apresentado nas mesas pela Fenaban. E na terça-feira 25, a categoria fará assembleias organizativas em todo o país”, informa a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, que representa a categoria na mesa com a Fenaban.

Na negociação deste sábado, a nona rodada da Campanha Nacional dos Bancários 2020, a Fenaban também apresentou uma proposta de home office, que ainda será analisada pelo Sindicato. A Fenaban também voltou atrás na retirada da 13ª cesta alimentação, proposta na mesa de sexta 21. Mas continuaram sem apresentar propostas para as demais reivindicações dos bancários. A negociação continuará na terça-feira 25.

É importante lembrar que também na mesa de sexta 21, os bancos propuseram reajuste zero para os bancários, o que resultaria em perda de 2,65% nos salários.

Proposta de PLR continua ruim
Os bancos continuam querendo reduzir o valor da PLR. Pela proposta apresentada neste sábado, o percentual do salário retornaria ao patamar que vigorou entre 1997 e 2007, e o da parcela adicional retornaria ao patamar de 2012. Além disso, os valores fixos teriam redução de 10%, retornando ao patamar entre 2016 e 2017, e o fator acelerador da regra básica retornaria ao patamar de 2007.

Com todas as alterações de rebaixamento propostas pela Fenaban, somadas ao menor patamar de lucro dos bancos em 2020 - em função do aumento das provisões para devedores duvidosos -, a redução na PLR recebida pelos bancários pode chegar até a 48%.

Na nova proposta, também rejeitada pelo Comando, a Fenaban manteve o rebaixamento do percentual da parcela adicional de 2,2% para 2% do lucro líquido. Também manteve a redução no acelerador da regra básica de 2,2 salários para 2 salários. São justamente esses fatores que têm maior impacto na PLR dos três maiores bancos privados: Itaú, Bradesco e Santander.

Regra Básica – Hoje a CCT determina que a regra básica da PLR corresponde a 90% do salário + Fixo de R$ 2.457,29, com limite individual de R$ 13.182,18, e desde que não ultrapasse 12,8% do lucro líquido do exercício. Nesta segunda proposta apresentada pela Fenaban, seria 81% do salário + Fixo de R$ 2.211,56, com limite individual de R$ 11.863,96, e desde que não ultrapasse 12,8% do LL do exercício.

Parcela adicional – A CCT determina que a parcela adicional da PLR corresponde a 2,2% do lucro líquido do exercício dividido pelo número de empregados elegíveis, com limite individual de R$ 4.914,59. A segunda proposta da Fenaban prevê: 2,0% do LL do exercício dividido pelo número de empregados elegíveis, com limite individual de R$ 4.423,13.