Twitter: demissões no Itaú entre os assuntos mais comentados

Na última sexta-feira 2, as demissões que o Itaú promove em plena pandemia de coronavírus, desonrando compromisso assumido pelo próprio banco, ficaram entre os 20 assuntos mais comentados de todo o Brasil no Twitter. Durante o tuitaço, promovido pelo Sindicato e demais entidades representativas, em apenas uma hora foram mais de 5 mil tweets com a hashtag #ItaúNãoDemitaMeusPais, e um total de mais de 9 mil tweets ao final do dia.  

“Agradecemos a participação de todos que somaram nessa mobilização nas redes. Contamos com a participação de toda a categoria, não só de bancários do Itaú, e da sociedade em geral. Enquanto o Itaú não desistir dessa política de demitir trabalhadores em plena pandemia, mesmo com seu lucro altíssimo, não iremos recuar. Novas mobilização nas ruas e redes já estão marcadas”, destaca o dirigente do Sindicato e bancário do Itaú, Sergio Francisco.

Sérgio enfatiza que, mesmo em meios aos protestos dos bancários, na semana passada foram registradas demissões no CAT e ITM.

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“Esta forma de gestão não prejudica somente os demitidos em meio à pandemia, pais e mães de família, mas também os bancários que seguem no Itaú. Um exemplo é a situação do Prédio do Aço, que já se arrasta faz anos. Cobramos de forma recorrente mais contratações para reduzir a sobrecarga no local de trabalho. Ao invés disso, o Itaú demitiu nacionalmente 130 trabalhadores da área de veículos. O banco, por sua vez, alegou o desenvolvimento de um software, que diminuiria a sobrecarga e a extrapolação de jornada. Entretanto, o software prometido não saiu, o que sobrecarregou ainda mais os trabalhadores do Prédio do Aço. Agora, o banco se comprometeu a reunir os gestores da área e o movimento sindical para encontrar uma solução definitiva, que esperamos que se traduza na forma de mais contratações, fim das demissões e melhores condições de trabalho”, enfatiza o dirigente do Sindicato.

"Conversando com pessoas que ainda trabalham na área que eu trabalhava, elas relataram que com as demissões sobrecarregou os que ficaram, que sofrem com cobranças e pressões que só aumentam, além de ameaças caso não cumpram as metas que foram estabelecidas. O assédio é constante", diz o relato de uma bancário demitido, que trabalhava no Prédio do Aço.

De acordo com Sérgio, os bancários não irão ceder a qualquer forma de pressão ou intimidação por parte do banco. “Logo depois do nosso protesto ganhar destaque, o banco divulgou comunicado interno alertando bancários sobre o uso das redes sociais. Não é este tipo de intimidação que irá nos fazer parar. Até que o banco honre o compromisso de não demitir na pandemia, nossos protestos continuarão. É inaceitável este tipo de postura desumana por parte de um banco que lucrou R$ 28,4 bilhões em 2019 e R$ 8 bilhões somente no primeiro semestre de 2020”, conclui Sergio.